Publicado por Ellowa Health | Atualizado em 2025
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Cuidar da sua saúde íntima começa por entender o seu corpo
O corrimento vaginal é algo natural — um sinal de que seu corpo está funcionando bem.
Ele ajuda a manter a vagina limpa, lubrificada e protegida contra micro-organismos nocivos. Mas, quando muda de cor, cheiro ou textura, pode ser um alerta de que algo está fora do equilíbrio.
Entender as diferenças entre o corrimento vaginal saudável e o anormal é fundamental para prevenir infecções, desconfortos e cuidar melhor da sua saúde íntima — com mais consciência, leveza e segurança.
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Tipos de corrimento vaginal
Nem todo corrimento é um problema. A cor, a textura e o odor mudam naturalmente conforme o ciclo menstrual, o uso de anticoncepcionais e até o nível de estresse.
Corrimento saudável
• Normalmente fino, transparente ou esbranquiçado.
• Pode variar ao longo do ciclo (mais espesso no período fértil).
• Não apresenta odor forte.
• Indica uma flora vaginal equilibrada, rica em Lactobacillus, bactérias boas que mantêm o pH ácido e protegem a região íntima.
Estudos apontam que cerca de 90% das mulheres apresentam variação normal no corrimento ao longo do mês.
(Fonte: PubMed – Vaginal Microbiome and Health, 2022)
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Quando o equilíbrio da flora vaginal se perde, o corrimento pode mudar de aspecto e causar desconforto.
Corrimento anormal
• Cor amarelada, esverdeada ou acinzentada
• Cheiro forte ou desagradável
• Coceira, ardor ou irritação
• Dor ao urinar ou durante a relação sexual
Esses sintomas podem estar associados a vaginose bacteriana, candidíase ou infecção urinária recorrente, condições que afetam até 3 em cada 4 mulheres em algum momento da vida
(Fonte: MedlinePlus – Vaginal Yeast Infections, 2023)
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Causas mais comuns do corrimento anormal
Um corrimento diferente pode ter várias origens — e nem sempre é uma questão de higiene.
Causas mais comuns
• Desequilíbrio do pH vaginal
(uso de sabonetes perfumados, duchas vaginais ou roupas muito apertadas)
• Infecções bacterianas e fúngicas
(como candidíase e vaginose bacteriana)
• DSTs, como clamídia e gonorreia
• Alterações hormonais durante TPM, gravidez ou menopausa
• Uso de antibióticos, que podem eliminar as bactérias boas da flora íntima
• Estresse e baixa imunidade, que reduzem as defesas naturais do corpo
Pesquisas mostram que 60% das mulheres com candidíase recorrente apresentam desequilíbrio na microbiota vaginal — com redução de Lactobacillus e aumento de patógenos.
(Fonte: National Library of Medicine, 2021)
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O que fazer se o corrimento mudar
Alterações leves e pontuais podem ser apenas uma resposta temporária do corpo.
Mas se os sintomas persistirem por mais de alguns dias — especialmente se houver odor forte, coceira ou dor — o ideal é consultar um(a) ginecologista.
O profissional pode indicar exames simples, como cultura vaginal ou papanicolau, para identificar a causa e indicar o tratamento adequado.
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Como prevenir o corrimento anormal
Pequenos hábitos diários fazem toda a diferença para manter a saúde íntima equilibrada
• Use calcinha de algodão e evite tecidos sintéticos.
• Troque roupas molhadas ou suadas logo após o treino ou banho.
• Evite duchas vaginais e sabonetes perfumados.
• Urine após a relação sexual para prevenir infecções urinárias.
• Reduza o consumo de açúcar e mantenha uma alimentação equilibrada.
• Inclua probióticos específicos para saúde íntima, como Lactobacillus acidophilus e L. reuteri, que ajudam a restaurar o pH e prevenir infecções recorrentes.
Um estudo clínico publicado na Frontiers in Microbiology (2020) demonstrou que o uso contínuo de probióticos orais pode reduzir em até 57% a recorrência de vaginose bacteriana.
(Fonte: Front Microbiol. 2020;11:1027)
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Por que cuidar da sua flora vaginal é um ato de amor-próprio
A saúde vaginal vai muito além da ausência de infecções.
É sobre se sentir segura, confiante e livre no próprio corpo — sem desconfortos, cheiros incômodos ou vergonha.
Manter o equilíbrio da flora íntima é uma das formas mais inteligentes de prevenção.
E entender os sinais do seu corpo é o primeiro passo para viver com mais leveza e bem-estar.
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Publicado por Ellowa Health | Atualizado em Novembro de 2025
Fontes consultadas:
• PubMed Central (PMC)
• MedlinePlus
• Frontiers in Microbiology
• American College of Obstetricians and Gynecologists (ACOG)
• National Library of Medicine (NIH)