index

Saúde Íntima Feminina: um guia completo

Publicado por Ellowa Health | Atualizado em 2025



Cuidar da saúde íntima é cuidar da sua confiança, do seu bem-estar e da forma como você se sente no próprio corpo.

O equilíbrio do pH vaginal, o odor e o corrimento revelam muito sobre o estado da sua microbiota — e aprender a reconhecer esses sinais é o primeiro passo para viver com mais leveza e liberdade.

A saúde vaginal não é só física. Ela afeta diretamente seu humor, sua libido e sua relação com você mesma.

A seguir, entenda os principais sinais, causas e cuidados para manter sua flora íntima saudável e protegida.

Odor vaginal: o que é normal e o que merece atenção

Ter um leve cheiro vaginal é absolutamente normal.
A vagina é um órgão autolimpante, e pequenas variações de odor acontecem conforme o ciclo menstrual, o tipo de roupa e até a alimentação.

Odor normal
• Levemente ácido ou musky
• Sem cheiro forte ou desagradável
• Pode mudar durante o ciclo ou após o sexo

Odor anormal
• Cheiro forte, azedo ou semelhante a peixe
• Pode indicar vaginose bacteriana ou desequilíbrio da flora íntima
• Pode vir acompanhado de corrimento acinzentado e coceira leve

Estudos indicam que a vaginose bacteriana afeta cerca de 1 em cada 3 mulheres em idade fértil e está diretamente ligada à perda de Lactobacillus, as bactérias boas que protegem a flora vaginal.

(Fonte: PubMed – Vaginal Microbiome and BV, 2022)

pH vaginal e corrimento: como identificar o equilíbrio

O pH vaginal ideal varia entre 3,8 e 4,5 — um ambiente naturalmente ácido que atua como barreira protetora contra fungos e bactérias.

Corrimento saudável
• Transparente ou esbranquiçado
• Textura fluida ou levemente cremosa
• Sem odor forte

Corrimento anormal
• Cor amarelada, esverdeada ou acinzentada
• Textura espessa, parecida com leite coalhado
• Odor forte ou coceira

Essas alterações geralmente estão associadas a condições como candidíase, vaginose bacteriana ou infecção urinária.

Um estudo publicado na Frontiers in Microbiology (2020) mostrou que o uso contínuo de probióticos específicos pode reduzir em 57% a recorrência de vaginose bacteriana, reforçando o papel do microbioma vaginal na prevenção de infecções.

(Fonte: Front Microbiol. 2020;11:1027)

Principais condições da saúde vaginal

Entender as diferenças entre cada condição é essencial para reconhecer os sinais e agir com segurança.

Candidíase
• Causada pelo crescimento excessivo do fungo Candida albicans
• Sintomas: coceira intensa, ardência e corrimento branco e espesso
• Fatores: estresse, uso de antibióticos, roupas justas e baixa imunidade

Vaginose bacteriana
• Desequilíbrio da microbiota vaginal
• Sintomas: odor forte, corrimento acinzentado, leve coceira
• Fatores: duchas vaginais, sabonetes perfumados, pH alterado

Infecção urinária
• Ocasionada por bactérias que migram da uretra
• Sintomas: ardor ao urinar, urgência e desconforto pélvico
• Prevenção: hidratação, urinar após o sexo, uso de probióticos urovaginais

Ressecamento vaginal
• Relacionado a alterações hormonais, menopausa ou estresse
• Sintomas: dor durante a relação e sensibilidade local
• Prevenção: hidratação, lubrificantes e suplementos naturais

Pesquisas apontam que até 75% das mulheres terão candidíase ao menos uma vez na vida, e cerca de 40% terão recorrência.

(Fonte: MedlinePlus – Vaginal Yeast Infections, 2023)

Hábitos diários que protegem a flora íntima

A boa saúde vaginal começa com pequenos hábitos:
• Prefira sabonetes íntimos suaves e de pH fisiológico.
• Evite duchas vaginais e produtos perfumados.
• Use calcinhas de algodão e troque roupas molhadas após o treino.
• Urine depois da relação sexual.
• Reduza o consumo de açúcar e ultraprocessados.
• Mantenha uma alimentação rica em fibras, frutas e probióticos naturais.

Essas práticas ajudam a manter o pH equilibrado, a flora saudável e o bem-estar íntimo constante.

(Fonte: American College of Obstetricians and Gynecologists, 2022)

Abraçando seu corpo e sua sexualidade

A saúde íntima feminina vai além da ausência de infecções — é sobre se sentir conectada, confiante e confortável no próprio corpo.

Entender seus sinais, respeitar seus ciclos e cuidar da sua flora vaginal é um ato de amor-próprio e liberdade.

Cuidar de si não é luxo. É consciência, é bem-estar, é poder.

Fontes consultadas:
• PubMed Central (PMC)
• MedlinePlus
• Frontiers in Microbiology
• American College of Obstetricians and Gynecologists (ACOG)
• National Library of Medicine (NIH)